terça-feira, maio 30, 2006

Vícios

Vício de ouvir.
Vício de rir.
Vício de mexer.
Vício de gritar.
Vício de cantar.
Vício de escrever
Vício de dançar.
Vício de gostar.
Um vício que mate.
(e o plágio que passe)
Um vício de ti.

Fibonacci

Um parêntesis neste blog

«- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. - Por exemplo, se vieres às quatro horas, às três, já eu começo a estar feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sinto. Às quatro em ponto hei-de estar toda agitada e toda inquieta: fico a conhecer o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca vou saber a que horas hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...
(...)
E o principezinho cativou a raposa.»
O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry

domingo, maio 28, 2006

E tudo faz sentido (i)

De repente, tudo fez sentido. Aquela excepção e aquele sorriso. Aquele riso excepcional e aquele olhar fora do sítio. Aquele (tristemente tão comum) impedimento matemático.

Impedimentos são palavras que as pessoas grandes (especialmente aqueles velhos antigos de barbas cinza que, presunçosamente, se espreguiçavam nas suas togas entre a filosofia e a matemática) inventaram para não ter de explicar a Outra Dimensão aos outros.

(Um novo eixo!)

E eu detesto impedimentos. Especialmente impedimentos matemáticos. Como bons impedimentos que são impedem-me de prosseguir o raciocínio que já deslizava tão bem. Impressionante. Impressionante como, falando de Física, me tentam calar com um «Lamento. Chegaste a um impedimento matemático.»
Como é que, esbarrando todos os dias contra ele, nunca mo mostraram como a Solução, mas como o Impedimento? Não só na Matemática... mas também no Real?

(Um mundo sem excepções! - Não creio. Eles não sabem. Mas eu sei. Eu conheço-te. Como ninguém.)

Uma outra dimensão.
Uau.

Quem diria que apenas faltava um número...

Fibonacci

sexta-feira, maio 26, 2006

Obrigada

É engraçado como a vida dá as suas voltas e, no fundo, tudo volta a ser o mesmo.
E eu não tenho queda para dedicatórias. Mas preciso de deixar sair estas. As palavras no meu corpo são toxinas. Dentro, matam. Fora, vivem. E eu tinha de as deixar viver.
As dedicatórias costumam ter uma razão de ser. Mas esta não. Não sei porquê, nem porque não mas, tal como é bom desabafar quando estamos mal com alguém, também era bom que o mundo soubesse quando encontramos aquelas poucas pessoas com quem nos cruzamos e sabemos logo, logo que são importantes. Encontramos sempre essas pessoas, até lhes chamamos uma coisa engraçada: amigos. A probabilidade de isto acontecer é muito baixa. Mas acontece. A isto, eu chamo milagre.

À Clarinha e à Anusca. Aquelas duas pessoas sem as quais eu não podia rir, nem chorar, nem gritar de raiva, porque foram vocês que me ensinaram a não esconder o que sinto como se fosse o pior dos segredos. Todos os dias me rasgam um bocadinho de hipocrisia e me ensinam o que é viver. Obrigada.
À Mafas. À mana gémea mais querida que existe. Àquele nico de gente que esteve sempre lá e, quando ainda não estava, já tinha lugar marcado. Aqui. Por me teres arrancado do sono, por me dizeres sempre que faço falta, mesmo quando só vou atrapalhar, por existires, rires, pelas conversas e listas. Obrigada.
À Inês. Àquela pessoa com quem eu consigo, preciso de falar. Àquela pessoa que me mostrou uma nova face de mim, sendo ao mesmo tempo, tão diferente e parecida comigo. Por me ouvires. Por sorrires. Obrigada
À Loira. Por seres loira. Por seres o meu maior apoio. Por não precisares que eu escreva nada aqui. Ou mesmo que diga. Porque adivinhas. Porque és a pessoa que me conhece melhor. E isso é tão bom. Obrigada.
Ao Jorge. Por seres quem és. Pela influência que tens em mim. Pelas estupidezes que me fazes dizer. Pelo teu sorriso. Obrigada.
Ao Brito. Por me mostrares que há mais que palavras e que, no fim, a o sorriso é que conta. Obrigada.
À Ana, ao Ribeiro, ao Amorim, ao Pedro, ao Guerra, ao Filipe, ao Toni, à Gi, à Joana, ao Luís, e a todos cujo nome é tão presente que nem vale a pena continuar. Obrigada.

É… Comigo aconteceram muitos milagres.

Obrigada.
Fibonacci

terça-feira, maio 23, 2006

Don't you see baby, asi es perfecto.

Don't you see baby, asi es perfecto.
Mas às vezes é difícil.
Não é por ti. – Não. Em ti leio como num céu de Verão, limpo de toda a luz, som ou angústia. Tu és demasiado simples para eu perceber. – Às vezes é difícil, mas, no fundo, sou eu.
É... Ás vezes é difícil.

Mas eu gosto. Eu gosto de gostar. E de adormecer naquele embalo das recordações inventadas. E de falar da incerteza da tua presença absoluta. E de gritar o vazio que sinto.
Vazio adorável, que aperta até ao estômago, e acelera os batimentos cardíacos de tal forma que a terceira artéria canta.
Escondida no bom-dia apressado, testemunho o assassínio – assassínio a sério! de faca no peito – da fatalidade trágica do poeta. Mas também há aquele calor bom por dentro. De sentir outra vez o sorriso de alguém como uma lufada de ar fresco.
Às vezes é tão bom.

Mas era mais fácil se eu soubesse que isto tudo é verdade.
Mas não sei.

Assim não chega a ser perfeito.
Perfeito é quando somos a música.
Fibonacci

domingo, maio 14, 2006

Do latim, «ego»

Lá vem ela
Mais a sua sombra.
(Sim! Porque hoje, para ela,
Está sol...)
E foi assim que eu a vi:
Figura normal
(nunca chamaria a atenção)
Cabelo selvagem, perfume de Verão.
Sorriso nos olhos
– olhos de um castanho já tão repetido.
Para ela não há dias cinzentos.
Só negros e azuis.
Não há amor, não há esquecimento,
Só o eu e o tu.
Vai vivendo e diz que gosta
(inclino-me a acreditar)
Muito se irrita, muito se ri
E gosta muito de gostar.
Para os amigos, para a família,
Não bastou o mundo.
Mas sorriu ao lembrar que ele dançara.

E eu conheço aquela cara.
Só não me lembro de onde...

Fibonacci

sexta-feira, maio 05, 2006

Para que é que me meti nisto?!

Um blog dá trabalho... Normalmente escreve-se o primeiro post com todo o sentimento. (estávamos mesmo a precisar de desabafar!). Mas depois... Depois segue-se um e outro. Cada vez menos pessoais.
Não me acredito que mais do que duas ou três pessoas leiam isto (contando com os meus pais, todos babados, claro. ah! e aquele maluquinho que lê todos os blogs que encontra!) Mesmo assim custa. Custa cuspir o que nem a um amigo cuspimos. Custa cantar o que nem na banheira cantamos. Custa. Mas é um vício. Eu escrevo e escrevo. Muito... Acreditem! Mas depois não publico. Para quê? Alguém vai gostar? Talvez... Mas alguém vai sentir? Como eu?
Não... Prefiro continuar a guardar os pedacinhos do meu puzzle noutro sítio. Eu ainda não o consegui montar. Continuo a espera que chegue alguém que o monte, emuldure e pendure na parede da sala. Ou então alguém que apenas sorria e diga: "Até parece que foi escrito por mim." Ou então basta que sorria. E me corrija a pontuação.
Fibonacci