O fado, a quem nem os deuses desobedecem, vou construí-lo peça a peça. Vou sonhá-lo, infundá-lo e vivê-lo. Vou alucinar o destino mais maravilhoso. Um destino completamente real. Real de tão ar que é. Real de tão música que é. Real de tão humano, de tão mitológico, de tão deliciosamente escandaloso. Sou tu e és eu sem sermos nós.
Como Jivago, só me morde o ciúme do inferior que me rodeia e persegue. Vejo-vos, aos dois, tão vertiginosamente abaixo de mim que morro asfixiada com o ar rarefeito que me sobra. Falta-me o oxigénio e esbanjo-me em raiva nos olhos turvos de um grito magoado e, mesmo assim, imaculado.
Porque o meu destino é o meu fado. E o tom, sou eu que o dou.
Fibonacci
1 comentário:
Irás ao Paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce
Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou seu ser inteiramente
E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto
Irás ao Paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência
Este país te mata lentamente
Sophia
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