O corpo linchou a alma.
O mar engoliu o barco, cego e feio.
A terra caiu sobre o Homem.
O cavalo pisou o guerreiro. As ondas que batiam cansaram-se
Da areia sovada que se calou.
A lança caiu estridente marcando
O chão, a raiz que urrou.
Num grito sem gravidade, celestial,
As cabeças unânimes levantaram
A voz ao céu (e os entes que lá dormem, brilharam!)
Na luz partida do orvalho,
Numa via sacra final.
A alma sobrevoou o corpo
Despedindo-se num beijo demorado.
E o tempo, esse tempo, riu-se, afinal
São só os nossos pedaços o pecado.
Porque viver por ti é mais que viver
E morrer por ti é nascer
outra vez
Eu vi
A terra absolver
O Homem.
O Homem que já nem Homem é.
É mistério.
É melhor.
É fé. Fibonacci
terça-feira, dezembro 19, 2006
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