domingo, abril 09, 2006

O Auto da Compadecida

Não sou, não quero e não posso ser crítica de cinema.
Mas há telas que marcam.

«O Auto da Compadecida» foi lançado no Brasil em 2000 e conta com actores consagrados como Fernanda Montenegro, Matheus Natchergaele e Lima Duarte no seu elenco.
Conta a história de João Grilo e Chicó, que vão tentando enganar a pobreza com mil e um estratagemas que tanto têm de confusos, como hilariantes, como inteligentes. Vão-se juntando outras personagens à exótica mistura que se vai criando naquela vila do nordeste brasileiro, como o Padre João, o Bispo, o Padeiro, a Mulher do Padeiro e Rosinha, filha do coronel.
Desde o primeiro segundo, o filme revela-se um tecido invulgarmente vertiginoso e inteligente de confusões.

Na contracapa, li-o como uma crítica à organização da sociedade e da Igreja. Mas embebi-o como a maior homenagem ao arrependimento e perdão humano e divino. Caiu-me como uma revelação da miséria e do amor entre os Homens e para os Homens. Chocou-me, pois veio de encontro a tudo aquilo em que sempre acreditei, mesmo sem o saber.
Agora vejo que o crítico que escreveu a contracapa justifica o título que lhe dão. Mas o Auto ultrapassa o que dele foi dito. É, ao mesmo tempo, uma crítica e uma homenagem à visão que o Homem tem de si mesmo, do outro, da morte e, sem querer falar de fé, de algo que nos supera. De uma força estranha mas presente. Do Amor (em todos os seus sentidos, em todas as suas formas). E consegue, apesar de toda a grande carga que transporta, ser uma filme brilhantemente inteligente e hilariante.

Aconselho «O Auto da Compadecida» a todos a quem possa interessar a minha opinião.
Um filme que viveria apenas do seu argumento, mas é levado à imortalidade por todos os pequenos pormenores que o tornam único e por aqueles que nele representaram e viveram.
Se não ficar para a imortalidade na história do cinema, ficará na memória de todos os que o viram.
Na minha fica.
Como a tela que virou o mundo do avesso, mostrando apenas aquilo que ele é.
Fibonacci

quarta-feira, abril 05, 2006

Tributo ao 92

Só há três razões para alguém andar de autocarro:
a) ainda/já não ter idade para conduzir;
b) não ter independência económica para possuir veículo próprio;
c) ser o motorista.

Concluindo, ninguém anda de autocarro porque gosta (Ok ok... Mas táxi é diferente. E o Noddy é menor de idade!).
Mas eu... Eu gosto do autobus! Dizendo melhor, existe uma certa dualidade de sentimentos entre a minha pessoa e tal meio de transporte. Não há nada como andar de autocarro por puro gozo! Pura diversão! Tudo parece ganhar um sentido diferente! Cedo alegremente o lugar àquela senhora idosa que entra, à madame grávida, ao puto de muletas. Não permaneço no mesmo lugar mais de 5 minutos. É uma festa!

O meu autocarro preferido é o 92. No seu percurso, passa por uma feira e por uma prisão. É, simplesmente, o melhor percurso do mundo. É um constante desfilar de comerciantes cheios de sacos, pregões, risos, insultos e provisões; de esposas que visitam os maridos a cumprir pena e levam uma saca cheia de comida para eles e uma cheia de histórias para mim.
São todos muito simpáticos. Metem sempre conversa comigo e contam-me a vida toda. Eu não percebo como é que há quem não goste de andar de autocarro! =)

Fibonacci

segunda-feira, abril 03, 2006

Tal como um e um são dois. E um e dois, três.

Como a natureza quer que a contemple
Sem se aperceber que sou parte dela
Tu rodeias-me.
E os crepúsculos que passam
Massacram
Riem-se para mim.
Que a brisa sopra e não te ofende.
Que eu deixo cair o que sempre tentei esconder.
Que o mundo desaba e tu ris.
Quem te ensinou a voar?

Fibonacci

domingo, abril 02, 2006

Isso bastava

E assim do nada
(Do tudo que outrora quis ser nada
Do nada que sempre foi tudo!)
Do mundo
Do verde do mundo.
Que as folhas caíam
E tu vias.
Que o vento languidamente me fazia
Esquecer-me
Esquecer-te.
Que eu pensava em nós.
E assim daqele nada
Eu brotava
Serpenteando
Ora longe, ora perto
De ti.
Que apenas o fazê-lo sentir
Que o oposto,
O acre e doce oposto,
Teria sempre o eterno som.

Isso bastava.

Fibonacci
Olá a todos!

É verdade... Leonardo Fibonacci volta em todo o seu esplendor. Para quem nao me conhece aqi vai uma peqenissima biografia do que fiz em vida.

Matemático italiano, nascido em 1170 e falecido em 1250, natural de Pisa, Leonardo Fibonacci foi educado no Norte de África, onde o seu pai detinha um posto diplomático. Regressado a Pisa por volta de 1200, após ter viajado extensamente, publicou Liber Abbaci, introduzindo o sistema de numeração indo-árabe. Para além deste, escreveu, ainda, Pratica Geometriae, Flos e Liber Quadratorum, de que ainda existem cópias manuscritas. Estas obras colocam Fibonacci como o maior vulto entre Diofanto e Fermat relativamente à teoria dos números, sendo construídas em torno de problemas práticos, muitos deles clássicos, mas também dirigidos à actividade mercantil característica de Pisa. A famosa sequência de números que leva o seu nome é introduzida em Liber Abacci. No entanto, para além do sistema de numeração, a influência de Fibonacci no desenvolvimento da Matemática foi mais limitada do que seria de esperar da sua obra e dos resultados atingidos.


Como vêem, fui muitíssimo importante e, vendo o estado deste mundo, decidi voltar para deixar a minha opiniao para quem a quiser ler. Prometo ser (im)parcial acima de tudo.

A todos os leitores...
Fiquem Bem

Fibonacci