domingo, novembro 04, 2007

Mina

É o ar a subir até ao peito, que quer rebentar de tanto ar, tanta coisa, tanto daquilo que se sente (a cada acorde, a cada batida, a cada suspensão, a cada cadência). E, antes de tudo me voar pelos cabelos e me levantar, abandonando-me ao que sempre me quis prender, vou suster o ar mais um pouco. Porque enquanto é meu, está mais forte. A sua energia passa e passa e arrepia a minha nuca, as minhas pálpebras e as minhas papilas gustativas. Ninguém sabe. A artéria aorta pulsa ao ritmo do mais baixo do palco. Os ombros acompanham a cabeça, que já nem nos pés manda.
Sou tudo o que ele canta. E nunca mais vou acabar.
O bocado meu que lá perdi, lá ficou.
Porque ali ele é mais do que é comigo.
Fibonacci

Sem comentários: