terça-feira, novembro 13, 2007

Pessoa

Contigo aprendi que cada palavra tem mais que o seu justo peso, tem milhões de justos pesos e justas medidas. Aprendi que consegues levar-me onde quiseres, por muito que eu não queira ler assim. Aprendi que que uma letra é o mesmo que um número, e uma alma, um destino. Tu morreste criança. E por isso aprendi que nunca chegamos lá. Aprendi que o que importa não é passar, é ser a ponte. Aprendi que o tédio é pó, e nós somos pilares dessa toda apatia. Não me ensinaste que há coisas maiores. Mas contigo aprendi que essas coisas maiores estão aqui tão perto que por vezes nos confundimos com elas. Aprendi que não vale a pena a vontade. Porque a Força é maior. Aprendi que mesmo assim somos quem queremos, e temos todo o dever de ser. Aprendi que não sou nada. Mas aprendi que posso ser futuro. Não sei o que viste, não sei quem te mostrou o que é Longe e já não nos pertence. Mas tu sabes. Apesar de nunca teres chegado lá. Morreste criança, para me ensinar isso. Num mesmo sopro, um mesmo fado. Num mesmo futuro, um mesmo passado.
Fibonacci

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