sexta-feira, junho 02, 2006

Amigos, sim. Mesmo que não queiram, amigos. =)

É estranho como tudo neste universo se repete. Um sorriso antigo que reaparece, uma cara antiga que conhecemos de algum lado mas não sabemos de onde, o teu olhar… (mas esse foi sempre o teu olhar).

É estranho. Dou por mim, no 10º ano, com aqueles 15 anos todos (a agenda atarefadíssima de um milionário), a enfrentar os mesmos problemas, as mesmas atitudes, as mesmas interrogações, que enfrentava no infantário. E não percebo porquê. Por que é que não pode correr tudo bem? Por que é que os nossos amigos (apesar de tudo, tive de apagar quando escrevi “aqueles que considerava amigos”; eles são, definitivamente, amigos) se escondem ou fogem ou gritam e choram e riem apenas quando não estamos presentes? Não percebo e isso anda a corroer-me por dentro, tal térmita, tal bife num copo de Coca-Cola. Podiam falar. Resolver. Dizer: «Não gosto de ti. Já não sou teu amigo. Já não te convido para a minha festa de anos.» Era mais fácil. Era assim que era no infantário.

Mas na semana a seguir, era ver-nos a brincar todos juntos no escorrega.

As palavras só nos afastam enquanto não as dizemos. Aí sim, são importantes e ferozes e cruéis. Depois de ditas, são só isso. Palavras. Não magoam sequer. Porque existe uma Palavra maior que as outros palavras. E, apesar de tudo, essa palavra não se diz, essa palavra sorri-se.
Fibonacci

2 comentários:

Anónimo disse...

Beatriz... a cada dia me surpreendes mais!

Anónimo disse...

ora ai esta!