segunda-feira, junho 05, 2006

Revoltas e Revoltas

Aquele ar. Aquela pose de quem espera a máquina que não funciona sem querer que ninguém repare. Aquele riso vindo do nada. Aquele olhar tão direccionado para esse mesmo nada que deixa qualquer pessoa a sonhar com o tudo focado em si. Tudo nele é estranho, sabes?
Os phones perdidos nos mais longíquos pensamentos. A mão que ensaia no joelho a bateria da música cansada. Os olhos semi-abertos esperam a deixa ideal para começar a cantar. Um cantar suave, para dentro. Ele não quer que ninguém ouça. Mas eu não posso deixar de ouvir. Só não consigo ouvir se canta bem. É apenas um eco rouco, o que ouço. Não é a voz dele. Essa ainda não conheço. Nem sei se quero conhecer.
Acho que prefiro que o mistério se mantenha. Que a diversão continue naquela busca desenfreada e oportunista de um olhar perdido que eu possa agarrar e levar para casa. Uma busca por uma revolta no meu estômago. O que me descansa é o facto da revolta não se alastrar à cabeça.

Isso, sabes bem, é coisa que só tu consegues.
Fibonacci

1 comentário:

Inês Almeida disse...

Melhor retrato era impossível! Se não soubesse, até diria que estás apaixonada! ;)
Maior beijão minha querida*